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quinta-feira, 16 de junho de 2011

UVAS


 Ela caminhava lentamente quando viu a pequena plantação de uva do senhor José:
 -Parecem lindas. Disse ela hipnotizada com a beleza das uvas, enquanto José ignorava-a gentilmente.
 - Na minha família nós comemos uvas todos os finais de semana. Insistia a garota, José ficou ouvindo-a mas nada respondeu.
 - Eu posso pegar uma? Disse ela estendendo a mão para alcançar uma uva, e imediatamente José respondeu com reflexo: Não. Era um não expressivo, ela ficou perplexa.
 - Não são boas para consumo, parecem lindas e saborosas, mas tem um gosto horrível, um gosto repugnante de cadáver.
 Ela foi embora decepcionada.
 Mas ela não entendia José, ele era um homem sensato e conformista, pouco vingativo e muito menos rancoroso. Já tinha sido casado, Helena era o nome dela, uma mulher linda e esbelta, de pele branca e macia, de olhos negros e profundos. Ela era sim muito bonita, mas era fútil e mandona, e por mais que José a amasse, ele suportou demais, e teve que mata-lá e plantar uvas sobre seu corpo.
Uvas.

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